Editora: Companhia das Letras
Marco do feminismo libertário americano, Loira suicida é uma espécie de diário no qual a jovem Jesse registra sua incursão pelos domínios mais baixos da San Francisco dos anos 1990. Filha de um ministro da igreja luterana, a protagonista do romance abre mão dos valores de classe média para seguir, ao lado do namorado gay, uma peregrinação por um submundo feito de drogas, bebida e sexo. Influenciada por todo um cânone de escritores marginais (Georges Bataille, Jean Genet, Alexander Trocchi, William S. Burroughs etc.) e dialogando com a literatura queer e noir dos anos 1980 e 1990 ― e com autores como Virginie Despentes, Eileen Myles, Jean Rhys, Marguerite Duras, entre outros ―, Darcey Steinke arma uma história a um só tempo melodramática e mordaz, honesta e intensa, em que os labirintos do desejo se chocam à euforia de uma época que parecia começar a girar irremediavelmente em falso. Um romance vigoroso sobre uma mulher e os descaminhos de uma furiosa busca por encontrar o seu lugar no mundo.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Loira suicida, lançado pela Companhia das Letras. O livro é de autoria de Darcey Steinke e tem tradução de Simone Campos.
Vamos por partes. É impossível você, como leitora ou leitor, entrar em uma livraria, passar os olhos pela estante de exemplares e não se interessar por Loira suicida. O tom rosa da capa que trás a estrela de Hollywood Candy Darling deitada junto ao título é o suficiente para lhe fisgar a atenção, ainda mais se você souber o contexto por trás da foto e também sua relação com o livro.
Tirada na década de setenta, a foto mostra Darling em seu leito de morte devido a um linfoma. A atriz ganhou grande renome em Hollywood por conta de seus trabalhos com o famoso Andy Wahrol, seus méritos como mulher transexual em uma sociedade marcada pelo preconceito necessitam de uma atenção especial nessa resenha. Candy morreu aos 29 anos, e a foto que estampa esse livro foi tirada dias antes de sua morte.
Por tal motivo o livro me atraiu e muito, fui fisgado pelo enredo e aqui estou eu, panfletando essa história pra vocês. Por mais que seja lançamento aqui no Brasil, Garota suicida foi escrito em 1992 trás a história de Jesse, uma mulher que cresceu em uma família conservadora e agora começa a vivenciar uma realidade completamente oposta a qual cresceu.
O conflito de Jesse fica evidente quando ela se vê namorando um homem bissexual que, aparentemente, não sente mais o que sentia por ela. Jesse então procura explorar algo novo. Pra isso é necessário entender o cenário que envolvia San Francisco na década de 90. A cultura queer undergound estava cada vez mais em ascensão, com isso, Jesse mergulha nesse mundo de cabeça, e nós vamos junto com ela. Que experiência!
A escrita de Darcey Steinke é precisa, crua e reflexiva. É muito interessante ver como Jesse procura entender melhor a si própria em toda a sua jornada por esse cenário tão característico. É sempre bom avisar que o livro pode conter gatilhos para leitoras e leitores mais sensíveis, portanto é bom dar uma pesquisadinha antes de ler o livro!
Mesmo com os gatilhos, eu li a resenha no Insta e como não conhecia o livro antes, fiquei bem animada para conhecer essa estória que soa muito como uma busca interior de Candy.
ResponderExcluirSe puder, com certeza, quero ler!
Beijo
Angela Cunha/O Vazio na flor
Leo!
ResponderExcluirOlha, realmente a capa é bem chamativa, ainda mais com uma atriz tão intrigante, já dá curiosidade e saber que o enredo traz um relacionamento ambiguo e torna a protagonista mais consciente de sua própria vontade, deve ser uma experiÊncia bem diferente.
cheirinhos
Rudy
Intrigante!
ResponderExcluirE muito bom mergulhar na cultura underground com Jesse.
A história da foto da capa é tão fascinante que fui pesquisar mais