Autor(a): Munir Charruf
Editora: Giostri
Páginas: 106
Ano de publicação: 2024
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Com personagens que, através de seus medos, angústias e, principalmente, esperanças, conduzem o leitor e a leitora por narrativas de batalhas que foram determinantes para humanidade. Faces da Guerra mostra a perseverança das pessoas em sobreviver, a força necessária para se levantar a cada obstáculo e continuar lutando por si e pelos seus. E, como a um zoom cinematográfico, a perspectiva de conseguir contemplar os olhos do inimigo e enxergar-se neles.Descobrir o melhor de onde só se vislumbra o pior!
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Faces da Guerra lançado pela editora Giostri. O livro é de autoria de Munir Charruf e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Em uma coletânea de contos que trazem a mesma temática, se há algo que define "Faces da Guerra" de Munir Charruf é a intensidade com que ele nos lança no centro de diversas batalhas históricas que ocorreram nos diversos períodos da humanidade; tudo isso enquanto explora o âmago de seus personagens através de narrativas que não só relatam os horrores da guerra, mas também humanizam as pessoas que estavam naqueles confrontos.
Talvez o caráter humano seja o mais poderoso nos contos desse livro: Afinal, os diversos conflitos (que vai desde As Guerras Medeas, em 500 a.C até a Segunda Guerra Mundial, em 1939) tem como foto as pessoas que, diante do caos e da destruição, encontram forças em lugares que nem elas mesmas sabiam existir.
Cada conto trabalha muito bem os temas propostos, entre eles a sensação de medo, angústia e completo pavor causados pela guerra; no entanto, o sentimento maior que tive ao finalizar o livro foi o de sobrevivência e instinto. A sensação é quase cinematográfica — como se cada linha nos aproximasse ainda mais dos olhos do inimigo, e ao olhar para dentro deles, víssemos refletida a nossa própria humanidade.
A introdução do livro, escrita pelo próprio autor, traz um relato de sua jornada como escritor. Charruf compartilha conosco suas primeiras tentativas literárias, os tropeços e as incertezas, até o momento em que a ideia de "Faces da Guerra" ganhou vida. Uma coisa que eu gostei muito é que, no final de todo conto, existe uma perspectiva histórica a respeito do que lemos. Charruf mergulhou em fatos reais e momentos decisivos da história para escrever os relatos desses personagens tão variados e, assim, contextualiza um pouco o momento para nós.
O resultado disso é que tudo se torna mais verossímil! Além de que Charruf constrói uma narrativa que é, ao mesmo tempo, brutal e delicada, fazendo com que o leitor se questione sobre o verdadeiro preço da guerra — não só em termos de vidas perdidas, mas de humanidades quebradas.
Entre os meus contos preferidos estão: "Dragão do Mar", que se passa durante a era Viking; "O Barqueiro", que evoca muito da Grécia Antiga e, claro, "Feliz Natal", que oferece um contraste interessante a respeito de toda a carnificina da guerra.
Eu gostei muito desse livro e, para aqueles que amam narrativas que evoquem esse lado mais humano em tempos de conflito, indico muito a leitura!