Autor(a): Herman Hesse
Editora: Record
Páginas: 503
Ano de publicação: 2020
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O que seria este O jogo das contas de vidro, fundamento do último romance de Hermann Hesse, publicado em 1943? Seu título, Das Glasperlenspiel, literalmente “O jogo das pérolas de vidro”, remete a uma atividade lúdica, mas puramente intelectual, cujas raízes podem ser localizadas originalmente no pensamento de Pitágoras, renascendo na gnose, no humanismo hermético do Renascimento, com ressonâncias em Descartes e Leibniz. O nome do jogo se originaria no fato de Bastian Perrot, teórico musical, utilizar contas ou pérolas de vidro em lugar de signos gráficos na notação de melodias. Neste romance descreve-se uma comunidade mítica, na qual intelectuais dedicados à música, à astronomia, à matemática se deleitam na prática de uma atividade lúdica complexa e requintada, último avatar de uma cultura. Os jogadores procuravam criar uma linguagem secreta, universal, que exprimisse como uma álgebra simbólica a quintessência do conhecimento, à maneira dos sonhos dos antigos sábios. A ação se passa em 2200, na comunidade utópica de sábios reunidos na Castália. Segundo estudiosos da obra de Hesse, o herói José Servo e sua autobiografia fictícia representam a vida que o autor teria almejado. Ele tem a missão de ensinar aos monges beneditinos o jogo das contas de vidro, pois a ordem laica que representa deveria estabelecer relações com a ordem religiosa dirigida por padre Jacobus, um historiador. Por intermédio dele, Servo, atuando como magister ludi (mestre do jogo), descobre o valor da história, questiona seu universo e rebela-se. Unindo a sabedoria do Ocidente e do Oriente, Hesse nos conduz em O jogo das contas de vidro a um desfecho surpreendente numa obra construída com lições de muitos mestres.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O jogo das contas de vidro, lançado pela Editora Record. O livro é de autoria de Hermann Hesse e tem tradução de Lavinia Abranches & Flávio Vieira.
Passado em 2200, a história de O jogo das contas de Vidro se constrói em cima do que conhecemos como utopia, mas então o autor desfragmenta esse conceito ao nos apresentar um personagem bem curioso: José Servo é considerado um herói por muitos, Servo consegue escalar na hierarquia do sistema vigente na época até atingir o mais alto grau de poder.
O livro então se constitui em uma biografia fictícia de José Servo. Nessa sociedade utópica existe um sistema de crença em Castália, nele apenas os mais eruditas e capazes de transcender no pensamento e na razão podem ir crescendo dentro do sistema.
Desde crianças as pessoas consideradas prodígios estudam para o jogos avelórios, uma espécie de competição aonde os jovens podem demonstrar seu conhecimento a respeito de uma série de vertentes, para então ingressar de vez naquele sistema elitizado.
José consegue resultado surpreendentes e logo se torna um magister ludi, que é o responsável por idealizar aqueles jogos. mas aquele seria apenas o começo de sua jornada.
Antes de entrar na minha opinião a respeito do livro, é legal informar que o autor desse título (publicado em 1943) ganhou o prêmio máximo da literatura, o famoso Nobel por conta deste trabalho em específico. Último livro de Hermann Hesse, mergulhamos em um mundo completamente estranho e melódico. Castália se desenvolve como eu nunca vi em uma leitura, e isso é assustador e fascinante.
Não foi uma leitura fácil, de verdade. Penei bastante para tentar compreender a complexidade e a filosofia por traz do discurso e referências dos personagens (e do próprio autor) e sinto que não peguei nem um terço delas. Em suas 500 e poucas páginas Hesse desenvolve uma narrativa bem diferentes daquela que eu estou acostumada a ler.
Por mais que seja um livro fictício (e até mesmo fantasioso), as reflexões que o autor exerce em cima do que nos constrói como ser humano são bastante intrigantes! O livro é divido em três partes, sendo que grande parte dele é dedicado a uma biografia sobre o personagem principal, José Servo. Sua trajetória de vida e suas conquistas são colocadas a mostra em um pseudo estudo feito por um pesquisador irreal.
A narrativa é cansativa mas não é entediante, na verdade é bem fascinante mergulhar na mente do autor e ir pesquisando as referências que ele trouxe para construir o mundo de Castália, com relação ao final da obra eu achei bem melancólico, entretanto adorei a forma como o autor coloca um texto em forma de poema para trazer esse elemento melancólico e reflexivo pra trama!
Só de ler o post minha cabeça deu nó! Rsrs
ResponderExcluirInteressante demais e complexo na mesma proporção
Não sei se daria conta de entender o enredo rs Eu sou uma negação, mas mesmo assim, até o título do livro já é meio que um convite à leitura e isso deixa todo leitor, instigado!
ResponderExcluirCom certeza, se tiver oportunidade, quero muito ler sim. Entender? Aí já é outra história rs
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Gosto muito de utopia/distopia, essa especificamente parece ser uma organização complexa e mostrada de forma detalhada no livro!!
ResponderExcluirUal migo, parece ser um livro e tanto, não conhecia e adorei saber mais o que envolve esse livro... Me deixou curiosa e já vou adicionar na lista de leitura aqui!
ResponderExcluirBeijos da Steh!
IG: @PAPEANDOSTEH
Leo!
ResponderExcluirNunca li nenhum livro do autor, acredita?
Mas pelo vito, tenho certeza que vou gostar, primeiro por ser uma ficção fantasia diatópica (?) e segundo, porque adoro quando os livros trazem essa abordagem mais filosófica que nos faz questionar vários pontos e por vezes conseguem no fazer mudar algumas de nossas premissas de vida.
cheiirnhos
Rudy
Este livro é incrível! Hesse é genial! Pretendo relê-lo. Leia também dele "Demian" e "Sidarta"
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