ÁGUA FRESCA PARA AS FLORES
Autor(a): Valérie Perrin
Editora: Intrínseca
Páginas: 574
Ano de publicação: 2022
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Os dias de Violette Toussaint são marcados por confidências. Para aqueles que vão prestar homenagens aos entes queridos, a casa da zeladora do cemitério funciona também como um abrigo diante da perda, um lugar em que memórias, risadas e lágrimas se misturam a xícaras de café ou taças de vinho. Com a pequena equipe de coveiros e o padre da região, Violette forma uma família peculiar. Mas como ela chegou a esse mundo onde o trágico e o excêntrico se combinam? Com quase cinquenta anos, a zeladora coleciona fantasmas — uma infância conturbada, um marido desaparecido e feridas ainda mais profundas —, mas encontra conforto entre os rituais e as flores de seu cemitério. Sua rotina é interrompida, no entanto, pela chegada de Julien Seul, um homem que insiste em deixar as cinzas da mãe no túmulo de um completo desconhecido. Logo fica claro que essa atitude estranha está ligada ao passado difícil de Violette, e esse encontro promete desenterrar sentimentos há muito esquecidos. À medida que os laços entre os vivos e os mortos são expostos, acompanhamos a história dessa mulher que acredita de forma obstinada na felicidade, mesmo após tantas provações. Com sua comovente e poética ode ao cotidiano, Água fresca para as flores é um relato íntimo e atemporal sobre a capacidade de redenção do amor.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Águas fresca para as flores lançado pela Intrínseca. O livro é de autoria de Valérie Perrin e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Mas no interno de Violette, fantasmas a perseguem: seja por aqueles deixados por uma infância marcada pelo abandono e pela tragédia ou então pela vida adulta, demarcada pela solidão e pela melancolia. A quebra de sua rotina vem com o padra Julien Seul um homem que carrega as cinzas da mãe de Violette junto com um pedido: de que as cinzas de sua mãe sejam postas próximas a um túmulo de um homem que Violette nem sequer conhece.
A partir desse momento, a protagonista de "Água fresca para as flores" precisará mergulhar em seu próprio passado, retirando todos os fantasmas e traumas dos locais mais escuros de sua alma e enfrentá-los.
Bom, uma coisa é fato: Todos nós iremos morrer. Lidar com a morte não é fácil, seja com a de nós mesmos ou então de alguém que amamos, mas é um a experiência que será sentida independentemente da nossa vontade, ler livros que falam sobre a morte me tocam profundamente por ser bem conflitante a esse processo, por isso ler "Água fresca para as flores" não foi uma experiência fácil, mas incrivelmente bela.
A forma como Valérie Perrin escreve é fascinante, em uma narrativa que mistura a mais bela poesia com a rigidez pra prosa, esses dois opostos se balanceiam de uma forma extremamente equilibrada nos capítulos que exploram a trajetória de Violette em busca de seu passado e futuro.
Violette é uma personagem tão complexa e com tantos nuances que, por um momento, achei que fosse uma própria biografia da autora. Toda a ambientação e questionamentos da personagem são incríveis de serem refletidos por nós, leitores, e é impossível não mergulhar na história após as primeiras páginas!
O título em si combina muito com a história, em trazer algo fresco e vital, como a água, para aquilo que é lindo e breve (as flores), que podem servir de metáfora para a vida. Esse livro vai morar pra sempre no meu coração e quero muito ler mais coisas de Perrin!