Organizadores: Edilberto Celestino
Editora: Viseu
Páginas: 160
Ano de publicação: 2024
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Na primeira parte deste romance, conheceremos o menino que via anjos desde o seu nascimento. Adolescente, ele se apaixona por um anjo encarnado, que, correspondendo à sua paixão, o envolve com graça e beleza, próprias do anjo, levando-o ao salto que mudaria completamente as suas vidas. De raças e classes sociais distintas, eles se permitem viver um amor intenso, absolutamente avassalador. Qual o impacto desse amor na sociedade e como reagiriam as suas famílias à ousadia do relacionamento dos rapazes? Conflitos sociais, raciais, religiosos, hipocrisia e humor, na cidade de São Paulo, no início da década de 1980. Seria possível ver anjos, não acreditando em milagres? Qual missão designaria um anjo à vida de Pedro Miguel? Um anjo encarnado tinha uma vida curta, dado o propósito de realizar uma missão recebida, cumpri-la e retirar-se da Terra, como acreditam alguns? Gabriel, o anjo, via graça em tantas dúvidas e certezas do seu amado. Adorava ser chamado assim, e o amor entre os dois os fortalecia, inspirava. Nunca afirmava ser um anjo, mas também não negava. Pedro Miguel, desde a primeira vez em que o vira, não teve dúvida alguma e tanto amava como era amado por um anjo. Gabriel teria um propósito, e, terminada a sua missão, se retiraria da Terra?
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Grãos de poeira sobre os anjos encarnados, lançado pela editora Viseu. O livro é de autoria de Edilberto Celestino e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Pedro Miguel é um menino que via anjos desde o seu nascimento. Ao chegar à adolescência, ele se apaixona por Gabriel, que acredita ser um anjo encarnado. Gabriel, correspondendo ao amor de Pedro, envolve-o com em um relacionamento que mudaria a vida de ambos.
Pedro e Gabriel são de raças e classes sociais distintas, mas isso não os impede de viver um amor intenso, isso ganha uma nova dimensão quando estabelecemos o cenário da narrativa: A cidade de São Paulo da década de 1980.
Preconceito, conflitos sociais e conservadorismo religiosos são alguns dos fatores que Edilberto propõe em sua narrativa, temas esses que cercam a sociedade e principalmente o relacionamento entre os Pedro Miguel e Gabriel, principalmente com relação a família dos dois.
No meio disso tudo temos Pedro Miguel, que se pergunta se é possível ver anjos sem acreditar em milagres e qual seria a missão que designaria um anjo à sua vida.
Enquanto Gabriel, o anjo, encontra graça nas dúvidas e certezas de seu amado. O amor entre os dois os fortalece e inspira, mesmo que Pedro Miguel esteja certo desde a primeira vez que viu Gabriel de que ele é, de fato, um anjo.
Um livro que aborda tantas coisas e, ao mesmo tempo, é tão delicado e sutil em sua abordagem... "Grãos de poeira sobre os anjos encarnados" evoca um relacionamento que realmente transcende os padrões da época. Uma das minhas partes preferidas no livro é a forma como Gabriel e Pedro Miguel conversam com suas mães a respeito do relacionamento que tem.
Enquanto Dona Antônia, mãe de Pedro Miguel, é assolada por preconceitos e noções de pecado intrínsecos a religião; a mãe de Gabriel tem um comportamento muito diferente em sua recepção. Avaliar como ambas recebem essas notícias e interagem com seus filhos é extremamente interessante e nos ajuda a entender mais sobre ambos os personagens.
Gostei muito de Pedro Miguel, sua discrepância econômica com relação a Gabriel é claramente perceptível. Pedro trabalha como office boy em uma empresa da capital de São Paulo e vem de uma família bem mais humilde do que Gabriel. Desde sua infância, no entanto, Pedro acredita ver anjos, e sua dúvida com relação a Gabriel é uma crescente que se estende por todo o primeiro volume.
O livro mescla uma escrita quase que poética em muitos momentos, principalmente nos diálogos entre o casal principal declarando seu amor um pro outro, eu gostei muito de acompanhar o crescimento do amor dos dois e esse ponto realmente destaca o livro como um romance com pitada de ficção.
Por fim, eu gostei muito desse livro e mal posso esperar para a continuação. A escrita de Edilberto é tão divertida e fluída que mal senti as 160 páginas passarem! Fica a indicação.