Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês três motivos para ler Errantes do pensamento: O segredo de Poggio: uma rapsódia filosófica. O livro é de autoria de A. A. A. Fernandes .
Em um futuro não tão distante, um fenômeno misterioso abala a humanidade: pessoas começam a morrer repentinamente enquanto falam, sem explicação aparente. Jornalistas, professores, políticos e outros profissionais cuja vida depende da oratória tornam-se as primeiras vítimas, espalhando pânico por todo o mundo. É então que a Dra. Sofija Pētersons descobre um padrão assustador: cada ser humano possui um limite de palavras a serem pronunciadas ao longo da vida. A única solução para evitar a morte? O silêncio.Essa revelação transforma radicalmente a sociedade. Comunicação oral dá lugar a alternativas escritas ou visuais, e as palavras, agora um recurso finito, são economizadas como ouro. Contudo, o silêncio imposto gera dilemas profundos: como expressar amor, lutar por justiça ou confrontar a dor sem palavras? Nos sete contos que compõem "Antes do Silêncio", Thiago Moretti em conjunto com dois autores ocultos, exploram com maestria as mudanças na essência humana em meio a essa distopia, revelando histórias de amor, perda e resiliência em um mundo onde o silêncio pode salvar vidas, mas também rouba partes da alma.
Vamos ao post, mas antes leia o livro aqui.
No vasto universo literário, algumas obras desafiam não apenas a forma como lemos, mas também como pensamos. Errantes do Pensamento: O Segredo de Poggio, de A. A. A. Fernandes, lançado pela editora Novos Ases, é um desses livros que não se encaixam em categorias rígidas. Definido pelo autor como uma rapsódia filosófica, o romance mescla ficção, ensaio crítico, poesia e reflexão autobiográfica em uma estrutura fragmentada que exige do leitor um olhar atento para conectar os pontos dessa narrativa instigante. Se você busca uma leitura provocativa, aqui estão três motivos para mergulhar nessa obra:
1. Uma estrutura narrativa que rompe convenções
Desde a primeira página, Errantes do Pensamento deixa claro que não seguirá uma linearidade tradicional. Dividido em três atos — Troia Destroçada, A Nau do Não e Ancoradouro e Orlas Mentais —, o livro alterna entre memórias desconexas, diálogos filosóficos e notas marginais que, longe de serem meras explicações, ironizam o próprio ato de referenciar textos acadêmicos. Essa estrutura não apenas reflete o caos interior do protagonista, Urbano, mas também nos convida a reconstruir a história com base em fragmentos, tornando a experiência de leitura diferente de tudo o que você já leu.
2. Filosofia, medicina e a fragilidade da sanidade
O enredo acompanha Urbano, um neurocirurgião que, após um acidente, se vê internado em um hospital psiquiátrico — um paradoxo que transforma o antigo médico em paciente. A partir dessa inversão de papéis, a obra levanta questionamentos profundos sobre a psiquiatria, a ética médica e a maneira como classificamos a sanidade. Ao longo do livro, personagens como o psiquiatra J. e o filósofo Asmin oferecem contrapontos à visão tradicional da medicina, enquanto o enigmático Poggio — um paciente esquizofrênico — expõe, através de falas desconexas, verdades incômodas sobre a hipocrisia das instituições e os limites do saber científico.
3. Intertextualidade e reflexões que atravessam séculos
Outro grande mérito da obra está no seu diálogo com textos clássicos. Fernandes faz referência a Da Natureza das Coisas, de Lucrécio, chegando ao ponto de imaginar um "Sétimo Livro" que explora a resistência humana diante de epidemias. Além disso, metáforas como a Nau do Não — um navio simbólico onde Urbano navega por mares de dogmas e dúvidas — ilustram a maneira como a obra constrói uma crítica filosófica sofisticada, refletindo sobre o poder do conhecimento e suas limitações.
E aí, ficou curioso? Comece agora mesmo a ler esse livro!