Organizadores: Teju Cole
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 224
Ano de publicação: 2024
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Tunde é um leitor curioso e um viajante atento: atrai-se por contos históricos e épicos; relatos de amigos, familiares e estranhos; enredos de livros e filmes. Cresceu na Nigéria e constrói sua carreira nos Estados Unidos, onde trabalha como professor de fotografia em uma renomada universidade na Nova Inglaterra. Uma rotina de aparente tranquilidade que esconde uma mente sobressaltada.Tremor é como uma colagem pessoal de obras de arte, de ensaios fotográficos de Lagos e de reflexões sobre racismo, território, descolonização e restituição. Os séculos de referências culturais que compõem este livro são um convite à subversão da hierarquia das artes plásticas populares, da centralidade dos valores estéticos ocidentais e da representação problemática de uma única verdade histórica. Tal como fez em Cidade aberta , seu magnífico romance de estreia, Cole oferece uma narrativa que põe todos os nossos sentidos em alerta.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Tremor, lançado pela Companhia das Letras. O livro é de autoria de Teju Cole e a resenha foi escrita por Caroline Gomes.
Aqui nós acompanhamos a história de Tunde, um professor de história da fotografia que, embora viva nos Estados Unidos, carrega consigo as marcas e memórias da Nigéria.
A narrativa se desenrola de maneira fragmentada que, em muito, revela as próprias inquietações e os conflitos internos de Tunde, que se vê lutando com questões de identidade, deslocamento e a pesada sombra do colonialismo. Ao longo do livro, ele reflete sobre a violência política e o impacto que ela tem não apenas em seu país de origem, mas no mundo contemporâneo em uma jornada emocional e intelectual.
O que me impressionou em Tremor foi a forma como Cole consegue transmitir a sensação de uma busca interna. A escrita é rica em detalhes e provocações, mas, em alguns momentos, pode parecer que o autor se perde em suas reflexões. Essa estrutura mais solta pode deixar o ritmo um pouco arrastado, e há momentos em que a densidade das ideias eclipsa a trama em si. Para quem está acostumado a narrativas mais diretas, isso pode ser um desafio.
Ainda assim, Tremor é uma leitura valiosa, especialmente para aqueles que apreciam uma prosa contemplativa e uma exploração das complexidades da experiência humana em um mundo em constante mudança. A reflexão sobre como a história e o passado moldam nosso presente é poderosa e ressoa de maneira intensa.
Se você curte a escrita de Teju Cole e está pronto para uma jornada que desafia as convenções narrativas, Tremor é uma ótima adição à sua lista de leitura. Prepare-se para se perder em pensamentos e reflexões que, embora possam ser um pouco densos, são absolutamente recompensadores.