Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é de um dos livros que veio no Clube do Livro Da Vinci, na edição do mês de setembro! A Greve de 1917: Os trabalhadores entram em cena, de José Luiz Del Roio. Vamos dar uma olhada?
Primeiramente, é importante ambientar o leitor a respeito da obra que eu acabei de ler, afinal o que foi a greve de 1917? Muitas pessoas podem confundir esse livro com as greves que ocorreram na Rússia no mesmo ano, entretanto, por mais que o livro cite tais revoluções, o foco é na greve trabalhista que ocorreu em São Paulo no em de 1917. Com um pouco mais de cem anos do acontecimento, é extremamente importante relembrar por quais motivos a manifestação se instaurou!
José Luiz nos leva a um Brasil pós abolição da escravatura e completamente confuso, muitas das famílias de elite viram nas indústrias uma oportunidade para gerar ainda mais dinheiro, foi assim que São Paulo começou a evoluir como metrópole. Um guerra estava para explodir em cenário mundial, assim, as indústrias focaram em materiais para exportação, a demanda foi subindo cada vez mais, logo, o mercado precisava cada vez mais de trabalhadores.
Entretanto na tentativa de poupar o máximo possível, o abuso foi crescendo nos ambientes de trabalho, afinal não existiam leis trabalhistas para assegurar o bem estar dos trabalhadores. Turnos estendidos além da conta, crianças trabalhando em fábricas, ambientes sujos e propícios a doenças... Tudo era aceitável, desde que poupasse algum dinheiro.
A partir daí surgiu uma classe trabalhadora empenhada em estabelecer direitos. A greve foi instaurada, e mesmo sobre forte repressão do governo público e da Força Pública (atual Policia Militar), a voz do proletariado se fez por ser ouvida nos quatro cantos do país.
Sim, o livro é muito intenso! Não sabia o quanto a greve havia sido violenta e tampouco sofrida para aqueles que trabalhavam, Roio faz um análise impressionante do movimento trabalhista e seus reflexos na sociedade atual. Um livro como esse se faz extremamente necessário num período tão truculento como o nosso, onde forças públicas retiram os direitos dos trabalhadores a cada dia.