Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro A jornada de Tony Farkas, lançado pela editora Minimalismos. O livro é de autoria de r. g. werther e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
O ano é 2070, em um Brasil distópico e desesperançoso após uma terrível invasão. Neste cenário, conhecemos Tony Farkas, um jovem de dezenove anos que vive recluso em sua casa no Rio de Janeiro desde a morte de seus pais. Sua única companhia é Max, seu leal cachorro. A rotina de isolamento é quebrada quando Tony ouve uma misteriosa transmissão no antigo rádio de seu pai, prometendo que Brasília é o último lugar seguro no país, com um avião de resgate partindo do Aeroporto de Guarulhos.
Movido pela esperança, Tony decide abandonar tudo e iniciar a perigosa viagem. No caminho, ele descobre que não é o único sobrevivente e encontra um grupo de jovens que vive nas mesmas condições precárias. Após ser resgatado por eles durante um confronto com a milícia, Tony é levado para "O Templo", um esconderijo na Floresta da Tijuca. Lá, ele conhece figuras como a compassiva médica Clara, o agressivo líder Paco e os irmãos Sofia e Vina, que se tornam seus amigos.
No entanto, a verdade sobre a guerra e a invasão começa a se revelar muito mais complexa e sombria do que Tony imaginava. Resgatado por um grupo paramilitar chamado "Os Caveiras", liderado pelo Capitão Jonas, Tony descobre que o governo pode estar por trás de uma conspiração que, até então, jurava ser uma invasão.
Que grata surpresa foi essa leitura! Seria fácil descrever "A Jornada de Tony Farkas" como uma distopia cheia de ação, mas o livro vai além, construindo um Brasil pós-apocalíptico crível e assustador. Werther não nos poupa do clima de tensão e perigo constante, criando um ritmo alucinante que te prende do início ao fim.
Gostei muito de acompanhar a evolução de Tony, que sai de um garoto recluso e assustado para se tornar um líder relutante, forçado pelas circunstâncias a tomar decisões impossíveis. A dinâmica entre os personagens é um dos pontos altos. O conflito entre Tony e Paco é palpável, e a relação que ele desenvolve com Sofia, Vina e Dinho traz um respiro de humanidade em meio ao caos.
O livro brilha ao transformar uma simples jornada de sobrevivência em uma complexa trama de conspiração militar e traição governamental. Existem revelações que são capazes de nos dar um verdadeiro soco no estômago e eleva a história a outro nível.
O tom é de um thriller de sobrevivência com toques de ficção científica. A narrativa em primeira pessoa nos coloca diretamente na pele de Tony, sentindo sua angústia, seu medo e sua crescente determinação. E no geral, a obra consegue se destacar por sua ambientação nacional e pela forma como desenvolve seus mistérios.
A jornada é intensa, cheia de reviravoltas e com um final que, apesar de concluir a "Operação Guarulhos", deixa um gancho excelente para a continuação. Recomendo demais para quem curte uma boa distopia nacional, com muita ação e uma trama bem amarrada. Por favor, leiam!