Autor(a): Joseph Conrad
Editora: DarkSide Books
Em meados da década de 1870, o rei Leopoldo XX da Bélgica passou a promover supostas expedições humanitárias e científicas para “civilizar os selvagens” que habitavam o Congo. No entanto, o monarca apenas explorava o país: escavava o ouro, abatia elefantes em busca do marfim, promovia caçadas esportivas e devastava a floresta nativa. A riqueza produzida seguia diretamente para os cofres pessoais do rei. Além disso, essa exploração era realizada por meio de crueldades com os habitantes nativos, que morriam de fome, de doenças e por excesso de trabalho, ou sofriam torturas, estupros e massacres perpetrados pelos europeus. No ano de 1890, quase no fim de sua carreira marítima, o polonês Joseph Conrad desceu o rio Congo como capitão de uma embarcação a vapor. A experiência viria a marcá-lo pelo resto da vida. Ao chegar no Congo, Conrad encontrou apenas o horror em suas diversas facetas, o horror praticado pelos agentes da civilização, o horror absoluto. Ele rompeu o contrato de três anos e retornou à Inglaterra depois de apenas seis meses. Anos depois, baseando-se na experiência, escreveu o romance Coração das Trevas, em que o capitão Marlow relata sua viagem pelo grande rio africano para o resgate de um gerente de posto de comércio chamado Kurtz.