Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Intuição: Livro I, Perdição lançado pela editora Viseu. O livro é de autoria de Laion Okuda e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
"O tempo é algo cruel quando se está sonhando"
Monica vai investigar uma série de crimes violentos que aconteceram em Paraty ao mesmo tempo em que busca provas o suficiente para conectá-los a uma série de assassinatos que estão acontecendo em outras regiões do país. Ao chegar em Paraty e se defrontar com a polícia, no entanto, Monica tem uma visita um tanto inesperada.
Agatha, uma das meninas que foi assassinada, aparece para Monica. Ainda sem entender como, Agatha parece que consegue se comunicar com os vivos através de seus sonhos, e talvez o contato com Agatha seja essencial para que a jornalista consiga descobrir quem é o assassino por trás de tanta barbaridade.
Isso porque Agatha consegue entrar na mente do assassino através dessa sua habilidade psíquica e ver todas suas memórias. É nesse jogo extremamente perigoso que Monica pode fazer alguma justiça a Agatha e Emily, as duas meninas assassinadas.
Em paralelo, nós acompanhamos a história do jovem Marcos. É difícil para o rapaz conseguir viver de forma tranquila por conta do quadro clínico em que se encaixa: a esquizofrenia. Como se não bastasse todo o bullying que sofre na escola de elite da qual frequenta, alguns dos sintomas mais fortes da esquizofrenia oferecem ao garoto momentos de pura agonia.
Fiquei curioso para saber como essas duas histórias iriam se encaixar... E o resultado final desse livro é incrível. Bom, pra começar esse é meu primeiro contato com a escrita de Laion Okuda, iniciei a leitura de forma despretensiosa e fiquei impressionado com a quantidade de assuntos que o autor consegue abordar logo nos primeiros capítulos.
Bullying, neurodivergências, abuso policial e machismo são apenas alguns dos assuntos dos quais Laion tece em seu livro ao mesmo tempo que mistura um realismo mágico banhado a cenas tensas em um suspense policial. Gostei muito da forma como Monica é apresentada como uma jornalista forte e independente, mesmo que tenha um passado triste por conta da morte de seu irmão, a personagem utiliza desse luto para buscar justiça por conta própria.
Além disso, sua relação com Mario, seu chefe, é muito dinâmica! Acompanhar os desdobramentos desse caso se torna uma tarefa muito divertida para nós, leitores. Como se não bastasse, a parte mais fantástica do livro acaba se encaixando muito bem a obra no geral, deixando ela ainda mais complexa!
A memória também é outro fator extremamente importante nessa narrativa, é através dela que Agatha consegue entender mais um pouco dos outros personagens e a si própria! Todas as cenas que envolve o assassino são extremamente tensas e gráficas, deixando o fato de thriller em evidência.
Outros personagens, como Dora e Thiago, por exemplo, atribuem em muito a história e principalmente aos personagens principais. Dado o final do primeiro livro, acredito que o autor tenha muito a contar ainda sobre a habilidade desses personagens e o mal que se espreita com as novas descobertas!