3 de agosto de 2024

RESENHA: ESCRAVO DAS MEMÓRIAS

 



Organizadores:  Rafael Figueiredo
Editora: Viseu
Páginas: 366
Ano de publicação: 2024
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Guilherme é um jovem que, desde cedo, teve que lidar com a devastadora perda dos pais. A descoberta de que era adotado apenas ampliou o vazio em seu coração. Ele é forçado a recomeçar a vida em Belo Horizonte, onde passa a morar com seu avô paterno e se aproxima de seu meio-irmão, que o discrimina por sua origem.À medida que Gui enfrenta esses desafios emocionais avassaladores, seu mundo desmorona ainda mais quando lhe é introduzido um medicamento misterioso, há muito subestimado pela medicina contemporânea. Em busca de alívio para suas dores internas, ele cai no abismo do vício, onde experiências sombrias o aguardam. Um acidente quase fatal parece ser o ponto de virada na vida de Guilherme. Ao sobreviver contra todas as probabilidades, ele decide transformar sua dor em vingança. Com a ajuda intermitente de aliados improváveis, Gui se lança em um plano simbólico de vingança, buscando justiça pelo sofrimento que ele mesmo suportou. No entanto, à medida que se coloca em situações cada vez mais arriscadas, Guilherme começa a questionar se a vingança o trará a satisfação que tanto busca. Ele está prestes a descobrir que a busca por vingança pode ser uma estrada escura e perigosa, onde nem tudo é como parece.

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Escravo das Memórias, lançado pela editora Viseu. O livro é de autoria de Rafael Figueiredo e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Guilherme precisa se mudar para a casa de seu avô, em Belo Horizonte, após pela perda dos pais após trágico acidente de carro. Como se esse evento já não fosse traumático o suficiente, é nesse mesmo dia que o garoto descobre, momentos antes em uma briga entre seus pais, que é adotado. Associado ao sentimento de perda, é desencadeado em Gui uma série de questionamentos sobre sua própria identidade.


 
Gui ainda precisa lidar com as consequências de tudo isso na escola, onde sofre bullying constante, principalmente por parte de um outro aluno chamado Gabriel, que intensifica seu sofrimento com provocações e crueldades. Apesar disso, Guilherme encontra consolo na amizade de Luísa, uma estudante dedicada; e Marley, também conhecido como Juninho, um amigo que enfrenta preconceitos e exclusão, assim como Guilherme.

Todos esses traumas são levados a vida adulta. Após a perda de seu avô, Gui se vê em uma espiral de dor e encontra um pouco de conforto em um medicamento intenso, uma espécie de calmante que o faz dormir. O uso desse medicamento preocupa Alex, o namorado de Guilherme, que enfrenta dificuldades em oferecer o suporte emocional que Guilherme tanto necessita. 

Dificuldades essas que são ampliadas ainda mais por Victor, meio-irmão de Gui que o julga a todo momento. Tudo isso leva o protagonista a uma situação de quase morte. É nesse momento em cresce em Guilherme a necessidade de vingança contra aqueles que causaram tanto mal em sua vida. 

Gente, que história intensa! Em sua estreia literária, Rafael Figueiredo consegue trazer uma narrativa que, em muitos momentos, embrulha o estômago e faz um enorme aviso a respeito dos perigos de viver sob super dosagens, relacionamentos abusivos e falta de acompanhamento psicológico após traumas. 


A narrativa do livro é feita através de uma série de flashbacks e memórias, e é aí que acompanhamos a evolução emocional e psicológica de Guilherme. A história explora temas como identidade, luto, trauma, justiça e vingança mostrando como as experiências de vida moldam a personalidade e as relações de Guilherme. Ao longo de sua jornada, ele aprende a lidar com suas dores, a aceitar seu passado e a encontrar força nas conexões humanas que o ajudam a seguir em frente.

Senti que o livro é dividido em duas principais partes: A primeira narra a queda de Guilherme, como tudo escrito acima o faz ficar cada vez mais isolado e dependente de medicamentos para sobreviver, isso até chegar em um momento chave do qual o personagem precisa ascender. 


Sua motivação inicial é vingança, mas seria ela o suficiente para que o personagem fique em paz? O autor brinca muito com esses elementos em sua história, como "justiça" e "vingança" podem parecer, em alguns momentos, sinônimos. Gostei muito mais da segunda parte do livro por conta disso, ao mesmo tempo em que explora e dá mais complexidade para personagens como Victor, Carminha, Marley e o próprio Guilherme. 

Por fim, gostei muito do final e de como tudo se encerra! Acredito que Rafael soube guiar muito bem os conflitos de seu primeiro livro publicado e mal posso esperar para ler outros materiais dele! 

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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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