Canis
Majoris é uma imersão na mente do jovem Ethan, um menino que foi
criado a vida toda por sua mãe, sofre em carregar em si o legado de
seu pai, que de acordo com sua mãe, morreu louco. Ethan acredita que
herdou de seu falecido pai a loucura, e que portanto está fadado ao
seu destino.
Destino
esse que é reforçado por acontecimentos estranhos que ocorrem com o
garoto, desde surtos a lapsos de memórias. Ethan tenta compreender
mais a misteriosa figura de seu pai, entretanto, por mais que sua mãe
sempre esteja presente em sua vida, se ausenta no que diz a respeito
de falar sobre seu ex marido.
“Meu pai de novo. Eu o odiava por ter me deixado sozinho nessa maldita cidade. Por ter ficado louco. Por ter feito todos me odiarem. Mesmo assim eu sentia falta dele. Queria poder contar pra ele como eu me sinto agora. Queria brigar com ele, reclamar dele e perguntar se a gente consegue ser outra pessoa. Ou se temos mesmo que ser essa pessoa que escolheram para a gente ser.”
Nesse
cenário tão conflituoso, Ethan conhece Amanda, uma garota que
parece o compreender de uma forma que até então ninguém consegue.
Não demora muito para o protagonista desenvolver sentimentos pela
garota, e conforme a relação dos dois vai se estreitando, Ethan se
vê com esperanças em um cenário tão pessimista.
Banhado
de muita poesia e uma narrativa bem intimista, meu primeiro contato
com a escrita de Eduardo Bragança foi bem satisfatória! Canis
Majoris é composto por capítulos curtos e não seguem
necessariamente uma linearidade que estamos acostumados. Esse
fator me atrapalhou um pouco no começo, isso porque me estranhou no
começo, mas conforme fui me acostumando com a dinâmica da escrita
isso deixou de ser um problema.
Um
outro ponto bem interessante é a forma como entramos na mente do
protagonista, já que aqui temos o próprio personagem como autor, em
uma espécie de diário desconstruído. Essa forma de narrar casou
muito bem com a história, Ethan tem uma forma bem poética de ver a
vida (seja para o lado amoroso ou pessimista), e isso associado a uma
“loucura” atribui em muito para entendermos mais sobre o
personagem.
“Amanda era diferente. Ela podia ignorar seres humanos como eu por uma eternidade, e de repente, sem a menor razão, decidir notar a testa de um ser tão insignificante quanto eu.”
Outras
personagens também merecem uma devida atenção, como a mãe do
protagonista e Amanda, ambas possuem um desenvolvimento interessante
e se integram a narrativa atribuindo em muito para o rolar da
história, um outro ambiente que também atribui é a música!
Principalmente nos capítulos que exploram mais a mãe de Ethan, aqui
a música entra quase como um personagem!
Enfim
galera, no geral eu mega indico vocês conhecerem mais sobre este
mundo criado pelo Eduardo, o livro está disponível para compra
através de um pedido no e-mail livrocanis@gmail.com
na versão física, enquanto a versão digital está disponível na
Amazon!
“Quanto
mais tempo eu fico quieto, quanto menos gente eu vejo, mais eu escuto
meus pensamentos. Por isso eu prefiro o silêncio. O silêncio é uma
porta que se abre na minha cabeça. Quanto menos eu falo, quanto
menos gente fala, mais eu escuto, mais eu vejo.”
