Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês três motivos para ler O cochilo de deus. O livro é de autoria de Raïssa Lettiére.
Palavras, criação e o sobrenatural. Três enigmas que caminham juntos desde que o mundo é mundo. Raïssa Lettiére tem uma teoria sobre por que é assim. Em O cochilo de Deus, ela coloca seu texto a serviço dos personagens, e eles, cada um a seu modo, deitam e rolam com a voz da autora. Enquanto Raïssa se fragmenta em homens, mulheres, cães, jovens, velhos, adolescentes e crianças que viajam entre diferentes países e períodos históricos, nós, leitores, somos chamados a entrar em um emaranhado de histórias que se conectam misteriosamente.Este é o convite de O cochilo de Deus: propor uma possibilidade utópica àquilo para o qual não há resposta. Ousado?
Vamos ao posta, mas antes leia o livro aqui.
1. Poesia, religião e humanidade
No coração de O Cochilo de Deus estão cinco histórias entrelaçadas! Através de suas personagens — de mulheres jovens a cães envelhecidos —, Lettiére explora questões sobre criação, imperfeição e o papel do mal. Por que erramos se somos "imagem e semelhança de Deus"? Existe um plano maior por trás das falhas humanas? A autora apresenta um equilíbrio entre introspecção e visceralidade, convidando-nos a enxergar a imperfeição como parte essencial da existência.
2. Um exercício literário
A habilidade de Raïssa Lettiére em assumir múltiplas vozes e perspectivas é impressionante. Do deserto a becos urbanos, cada cenário é muito bem trabalhado, com uma linguagem que flui naturalmente. Mas o auge está na maneira como essas narrativas convergem. O último conto, "O Narrador", surpreende e amarra todas as pontas, transformando o todo o sentido do livro e dando uma nova perspectiva às histórias anteriores. A construção da obra não só desafia normas literárias, mas também deixa um rastro que lembra os mestres da literatura, como Gabriel García Márquez.
3. Reflexão sobre religião
A teoria que Lettiére apresenta sobre "crear" desafia a tradicional noção de criação divina, ressignificando o papel de Deus como alguém que dorme, observa, ou deixa que a humanidade preencha os espaços entre as palavras. Essa ideia não apenas intriga, mas nos faz refletir profundamente sobre nossas crenças e a natureza do universo.
E aí, ficou curioso? Comece agora mesmo a ler esse livro!