Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês três motivos para ler O labirinto das moiras, lançado de forma independente. O livro é de autoria de Tânia Calciolari.
Pode-se fugir do Destino? Marina passou a vida inteira debatendo-se com essa questão em meio a ecos de seus vazios de alma até aquele dia frio de 1984, quando se deparou com um enigmático homem cego dizendo ser o próprio Destino, num casarão abandonado em São Paulo. Com a promessa de que finalmente obteria as respostas sobre os desaparecimentos do pai e do namorado Daniel no vácuo da ditadura militar, Marina inicia uma relutante jornada de volta a Brasília, tendo em mãos uma pequena caixa com as filigranas PZ entalhadas, uma chave e um pedido do Destino. Uma mulher idosa com uma chave na mão luta para resgatar as lembranças que lhes chegam em lapsos tão impessoais, que mais parecem fazer parte da terra sobre a qual repousa que dela mesma. As memórias destas mulheres de gerações tão distintas parecem fazer convergir presente e passado, de histórias de um naufrágio de imigrantes italianos a caminho do Brasil aos anos de perdas e silêncios impostos da ditadura. Acontecimentos históricos acabam por se revelar mero pano de fundo para a história de amor que entrelaça as vidas de Pietro Zanetti, Anna e Cecília num labirinto oculto nos profundos olhos cegos do Destino, revelando de fato sua eterna busca de redenção, por ter ousado por uma única vez, em sua eterna e tediosa existência, apaixonar-se por uma mulher.
1. Uma trama que mistura realismo mágico e história recente do Brasil
Logo nas primeiras páginas, uma mulher encontra o Destino. Literalmente. E acredite: isso faz todo sentido dentro da proposta de Tânia. A partir desse encontro inusitado, a narrativa mergulha em questões profundas como a ditadura militar, a imigração italiana e os traumas individuais que reverberam por gerações. Tudo isso costurado com elementos de realismo mágico que dão um toque quase mítico à história. O Destino, por exemplo, é um personagem com vontades e fragilidades — e isso muda o rumo de várias vidas.
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2. Personagens densos e interligados como fios de um tear antigo
Marina, Pietro, Anna, Cecília e uma senhora que luta contra os vazios da própria memória — os personagens de O Labirinto das Moiras parecem, à primeira vista, desconectados. Mas aos poucos vão se revelando como peças de um mesmo quebra-cabeça. Há uma delicadeza bonita na forma como essas vidas vão se entrelaçando, como se todas estivessem sendo puxadas por uma força silenciosa em direção a um mesmo centro. É aquele tipo de história que vai se revelando devagar, mas quando encaixa, faz todo o sentido.
3. Uma escrita lírica e carregada de emoção
Tânia Calciolari tem uma escrita que combina lirismo e sensibilidade. Cada frase carrega uma espécie de melancolia bonita — e não falo isso no sentido triste da coisa, mas no de uma memória que ainda pulsa. O livro convida o leitor a desacelerar, prestar atenção nos detalhes, nas pausas, nos silêncios. É uma leitura que pede entrega, e que recompensa com reflexões sutis sobre destino, perda, amor e memória.
E aí, ficou curioso? Comece agora mesmo a ler esse livro!