Autor(a): Renato Moura
Editora: Independente
Páginas: 163
Ano de publicação: 2024
Compre através deste link.
Filha de imigrantes portugueses, Maria dos Remédios perde a mãe na adolescência devido a uma doença degenerativa que também vitimou outros membros da família. Casa-se pouco tempo depois com o primeiro namorado, tem duas filhas, mas não vive um casamento feliz, separando-se do marido alguns anos depois. Desde pequena, Maria da Anunciação, a filha mais velha, tem um relacionamento conflituoso com a irmã, Maria Clara, com quem disputa a atenção e o afeto da mãe. Em meio a essa teia de conflitos familiares e às trilhas de vida seguidas por cada uma das personagens centrais, a narrativa, que não obedece a uma cronologia linear, faz também um recorte social e político do Brasil, focalizando eventos ocorridos entre os anos 1980 e 2020, com a chegada de uma pandemia viral. Nenhuma das três Marias contrai essa virose, mas Maria dos Remédios vive dias difíceis com a manifestação da doença degenerativa que matou sua mãe.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Três Marias lançado de maneira independente. O livro é de autoria de Renato Moura e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Maria dos Remédios, filha de imigrantes portugueses, enfrentou desafios desde a sua infância. Após perder a mãe ainda na adolescência para uma doença degenerativa que já havia ceifado outros membros de sua família, ela precisou lutar para sobreviver junto ao seu pai, João da Mata.
Buscando estabilidade, casou-se cedo com seu primeiro namorado, um homem de origem russa chamado Sergei, mas o relacionamento não trouxe a felicidade esperada. Após o nascimento de suas duas filhas, Maria da Anunciação e Maria Clara, o casamento deteriorou, levando à separação.
Com a vinda das outras duas Marias, as filhas de Maria dos Remédios tem sua vida revirada pelas intrigas constantes de suas duas filhas, que desde cedo competem pelo afeto da mãe, e tudo isso piora quando ela vê que sua saúde se torna fragilizada pela mesma doença que vitimou sua mãe, trazendo à tona memórias dolorosas e desafios intensos em um cenário já cheio de incertezas.
Uma das coisas que mais me surpreendeu na escrita de Renato Moura é o fato da narrativa de "Três Marias" não ser exatamente linear. Logo no primeiro capítulo nós temos a Maria dos Remédios já acometida pela doença que atingiu sua mãe e sendo zelada por algumas cuidadoras contratadas pelas filhas.
Em seguida, somos jogados em um turbilhão de memórias e construções das três Marias que protagonizam esse livro, tenho como núcleo de tudo a mãe, mas logo se estendendo as filhas enquanto explora os diferentes caminhos seguidos por cada uma delas!
Achei muito bonito a forma como Moura escreve e desenvolve sua narrativa, por mais que o fluxo temporal seja grande entre as décadas de 1980 e 2020; o autor consegue pincelar um retrato bem colorido de como o Brasil estava há quarenta anos e como ele está no início da década de 2020 com o COVID e toda a insegurança que vivemos.
Além disso, a história trás outros personagens, como Svetlana e Natalie, família de Sergei, que estabelece certo conflito com Maria dos Remédios a respeito da criação de suas filhas; o próprio Sergei e toda a decadência de sua relação com Maria; Paulo, um amigo da faculdade de Maria que passa a ser algo a mais...
A história dessas três mulheres tão diferentes entre si é, de fato, hipnotizante. Terminei o livro querendo ler mais sobre a história e memórias das três! Acredito que esse livro seja ideal para quem gosta de livros da Carla Madeira, por exemplo.
Fica a indicação!